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  • Foto do escritorJean Paul Villacis

Os comportamentos humanos e a Teoria do Armário

Todos os dias, escolhemos as roupas com as quais iremos nos vestir. Assim também acontece com os nossos comportamentos.

Diariamente, escolhemos como vamos nos comportar, em casa, no trabalho, em todos os ambientes que frequentamos e em todos os papéis que desempenhamos.

A esse pensamento eu chamo de “Teoria do Armário”, porque é como se, na vida, em cada ocasião, tirássemos de um “armário” que está na nossa cabeça os comportamentos que queremos adotar.


É por isso que faz sentido nos referirmos a esses comportamentos como um estado. “Hoje estou corajoso, hoje estou medroso, hoje estou confiante, hoje estou ciumento”, dentre tantas outras características que, na verdade, são escolhas que fazemos, em vez de parte do que somos.


O significado do verbo “ser” se refere a uma característica intrínseca, que constitui a nossa própria essência, que define a nossa natureza. Já o verbo “estar” denota transitoriedade, algo passageiro, de momento. É o que cabe melhor aos nossos comportamentos, afinal, tratá-los como algo definitivo é, no mínimo, limitante, pois nos tira a capacidade, o estímulo para fazer diferente. Ao mesmo tempo, impõe a responsabilidade de assumirmos as nossas escolhas, em vez de nos escondermos atrás da justificativa de simplesmente ser de algum jeito.


É verdade que algumas atitudes e comportamentos são tão comuns, adotados com tanta frequência, que passamos a nos referir a eles como algo que faz parte de nós, mas, continuando com a analogia do armário e de como escolhemos nos apresentar para as pessoas, esses comportamentos seriam como tatuagens, das quais só conseguimos nos livrar com certa dificuldade. Ainda assim, não somos a nossa tatuagem. Do mesmo modo, não somos esses comportamentos, por mais que estejamos com frequência escolhendo “vesti-los”.

Adotar comportamentos diferentes dos quais estamos estamos habituados, por mais que possa parecer difícil, é só uma questão de escolha e, claro, de esforço. Quando enxergamos dessa forma o nosso jeito de agir, temos a liberdade para mudar, para fazer escolhas diferentes, à medida que percebemos que “as roupas” que estamos usando não nos caem bem ou estão de alguma maneira nos prejudicando.


Investimos muito dinheiro para descobrir quem somos, quando, na verdade, não somos nada do que julgamos ser. Autoconhecer-se é mais do que saber quem somos. É identificar como frequentemente nos comportamos, quando, em quais situações e por quais motivos. É ressignificar, dar novos significados às experiências que nos levam a nos vestir de comportamentos tóxicos, por exemplo, transformando traumas e decepções em sabedoria. Isso nos leva a fazer novas escolhas.


E, assim, entendendo como nos comportamos, vamos, a cada dia, tendo mais domínio sobre a nossa forma de agir e, consequentemente, sobre o impacto disso nos nossos relacionamentos, seja em família, entre amigos, entre colegas de trabalho, entre chefes e subordinados. É um processo de aperfeiçoamento sempre em curso.

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